domingo, 15 de agosto de 2010

Eleitor agora é bobo da corte

As mídias em geral têm a capacidade de criar e transformar opiniões, orientar o público sobre o que é bom ou ruim, e o meio termo, por isso ela é –quase- sempre imparcial.
Em época de eleições é preciso conhecer melhor os canditados, os antecedentes, as propostas de governo, os partidos, as coligações e as demais circunstâncias que envolvem a política, e aí que entra o chatíssimo horário político, cada candidato tenta vender seu peixe ou comprar nosso voto com absurdos que muitos de nós sabemos impossíveis de serem feitos pelo menos em curto prazo.
Os programas de humor, cartunistas e comediantes tentam mostrar os disparates cometidos pelos caros concorrentes que algumas vezes se sentem lesados e recorrem a justiça, fato que causou a aprovação de uma lei federal que censura especificamente os humoristas ao tratar de política.
O modo divertido como se coloca a questão da política e dos políticos prende a atenção do leitor/espectador e cria um parâmetro entre o real e o imaginário, o cabível e o surto psicótico, de forma mais rápida e precisa do que no blábláblá da propaganda eleitoral justamente por não ter o que temer ou simplesmente não temer, e como ficamos agora com a cesura?
Parece estar voltando no tempo, os candidatos são mais importantes do que a própria política, eles não podem ser contrariados e nós teremos que pagar o preço mais adiante quando chegar à urna e votar no mais simpático ou no amigo de infância do tio-avô por falta de conhecimento ou reconhecimento do grande muro que ainda separa o eleitor do futuro eleito.
A informação com diversão é muito mais eficiente, por trás das brincadeiras é que se vê o ser humano que está no poder –ou quase lá- a ironia que é a grande arma nas mãos dos humoristas é uma das principais formas de falar não explicitamente e se fazer entendido e quem perde com isso tudo, somos nós, inclusive a piada.